quarta-feira, 20 de maio de 2009

Inclusão



Hoje eu tive uma aula muito legal sobre a Educação Inclusiva.
Muitas coisas importantes foram colocadas ali. Quando a gente pensa em Inclusão, já vem na cabeça pessoas deficientes e incapazes. Mas na verdade, a inclusão acolhe quaisquer pessoas que sejam diferentes, seja lá que tipo de diferença for. E não é pegar e colocar essas pessoas com necessidades educacionais especiais em uma sala, isolados e excluídos da vida social, reforçando a sua diferença. É incluir ao grupo social, não para que haja igualdade, porque isso é impossível, uma pessoa com deficiência mental pode precisar de uma semana para entender o que outra pessoa entende em uma hora ou menos. Mas sim para que possamos exercer o nosso direito de escolha, a escolha de estar ali, de aprender aquilo, de conviver com as pessoas. Todos, sem exceção nenhuma, temos o nosso livre arbítrio.
Outra coisa que me chamou muita atenção foi o fato da professora que deu essa aula transmitir em cada ato, cada gesto e cada palavra o seu amor ao trabalho, a vida para educar, e não educar para a vida. Ela estava contando que seu marido trabalha com tecnologia e não consegue compreender como ela se sente tão bem imersa em afazeres exaustivos como dar aula, mas ela respalda que gosta do calor humano, gosta de pessoas e gosta de trabalhar com elas, sempre e indiscutivelmente respeitando suas diferenças.
No fim da aula, um colega nos deixou um depoimento. Ele era amigo de um homem com uma deficiência mental que agora não me lembro, pois não foi esse fato que me chamou a atenção. A primeira coisa que esse colega disse foi a sua primeira impressão desse amigo. "Nossa, esse cara vai mesmo estudar comigo?" Mas ele disse que aos poucos, foi se aproximando dessa pessoa, e descobriu um mundo fantástico, descobriu uma pessoa extremamente inteligente, que via no mundo coisas que poucos enxergam. Mas parece que essa pessoa começou a regredir, seu problema se agravou e ela foi enfraquecendo. Acho que quase todos os olhos daquela sala de aula transbordavam de lágrimas com esse depoimento, inclusive o do relator, emocionado pela amizade profunda e sincera que mantinha com o amigo. O amigo já não podia ir às aulas, a mãe forte e dedicada ia por ele para fazer as anotações, e o nosso colega ia em sua casa para passar as matérias perdidas.
Nisso tudo, o que me chamou a atenção foi o amor. O amor que foi cultivado por essa amizade que não acabou mesmo com o fim material que teve. Como é importante amar o outro.
A professora hoje falou algo certo: É inacreditável que ainda falemos de respeito, pois é um princípio tão primordial que todos deveriam cultivar e manter. Eu tenho certeza que ninguém nesse mundo é feito de mal, o respeito é importante, e amar o próximo, muito mais.
Aí nessa hora eu me lembro sobre aquela frasezinha que um dia um ser muito amado e evoluído disse "Amai-vos uns aos outros como a ti mesmo", e essa mensagem que eu quero deixar para vocês. Não amar os outros como nos amamos, mas amar os outros e amar a nós mesmos, pois nós temos esse amor dentro de nós, e somos tão maravilhosos quanto imaginamos, e merecemos viver essa vida de provas e espiações plenamente, como todos os seres deste mundo.
A inclusão é o momento de mudar aquilo que está posto, e não adianta apenas julgarmos a sociedade, pois falar de sociedade é também falar de nós mesmos. Façamos a nossa parte, todos merecem a vida, e todos merecem condição para viver essa vida.