Um animalzinho pode mudar tanto a vida de uma pessoa que não se tem ideia do quanto! Seja cachorro ou gato, todos sentem amor, saudades e gratidão.
Sempre gostei de bichinhos. Já tive cachorro, peixe, hamster e até um mini caranguejo, mas era muito criança e não entendia o significado que um animalzinho tem na nossa vida. Depois de adulta, passei por muitos problemas relacionados à crises depressivas e ansiosas. Ânsias de pisciano, ânsias de mim. Hoje faço acompanhamento psicoterápico, mas posso dizer que o melhor e mais "caseiro" remédio utilizado, com doses infinitas de carinho e amor, é a companhia dos meus dois gatinhos.
Há cerca de dois anos, eu ansiava por sair de casa. Sonho de anos, esperei pela hora certa para morar sozinha: um trabalho que me fornecesse a estabilidade financeira e as condições necessárias. Nessa mesma época de "preparação", em um lindo sábado resolvi passear por uma feira de adoção. De vez em quando gostava da terapia de ver animais bonitinhos e fofinhos, mesmo que não fosse os levar para casa. Como já disse aqui em outros momentos, já resgatei gatinhos, me envolvi com algumas causas, e sempre que possível ajudo. Na feirinha, notei uma senhorinha com uma caixa de papelão cheia de filhotinhos felinos. Branquinhos e gordinhos, eles eram a atração de todos. No cantinho da caixa, notei uma "bolinha de pêlos" alaranjada, encolhidinha, e fiquei curiosa em conhecê-la. Foi amor a primeira vista: um gatinho ruivo, magro, doentinho, sem abrir um olho, com feridas no corpo. Eu simplesmente precisava tirá-lo dali, e dar-lhe uma oportunidade de ser feliz. Briguei com meu pai para adotá-lo, mas no fim, meu pequeno acabou conquistando a todos. Foi assim que o Tito chegou na minha vida.
Tito antes :( |
Tito depois! :) |
As vezes a tristeza me tirava a vontade de tudo, mesmo levantar da cama. Ter um bichinho é uma forma de te obrigar a fazer alguma coisa, pois ele precisa ter as necessidades supridas e isso é um estímulo ao ócio da depressão. Tito sempre foi um companheiro fiel e amoroso, e por ser um gato simpático e sociável, achei que buscar por uma companhia felina o faria muito bem.
Nem imaginava que o bem maior seria a mim mesma. Decidi adotar novamente quando sentisse que era o momento certo. Acompanhava casos de gatos resgatados, mal tratados, de todos os tipos. Um dia, em uma página de adoção de animais, vi a foto acima: uma gatinha estilo "Frajola", com menos de dois meses, carinha de Batman, resgatada com as irmãs num dia de chuva, procurando por um lar. Meu coração bateu mais forte: fui atrás da cuidadora, mas a gatinha já tinha sido adotada. Por um milagre, o adotante desistiu e ela veio para a minha vida: pequena, meiga e muito carinhosa.
A Lily veio no momento em que eu mais precisava. Ao contrário do Tito, que é um companheiro amoroso, porém inquieto em relação a colo, ela é carente e carinhosa, o tempo todo pedindo colo, atenção e tomando a liberdade de me fazer carinho (o famoso "amassar pãozinho" que os gatos fazem). Ela me conquistou, e quebrou o gelo e o muro de solidão que construí a minha volta. Como uma filhinha pequena, o tempo todo necessitada de atenção e amor, a Lily trouxe alegria para a casa e para a minha vida. Ela e o Tito são os filhos que não cresceram na barriga, mas no coração. Filhos sim, pois foram criados desde bebês, fazendo parte da minha vida e dividindo momentos de alegria, tristeza, saúde e doença. Eles sabem quando estou feliz e sabem quando não estou bem, pois ficam mais próximos e atentos. Sou muito grata a eles, que equilibram o meu bem estar e compartilham uma infinidade de coisas boas do meu dia a dia.
Não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar o mundo de um animalzinho. Tirá-lo das ruas, dar todo o amor que ele merece e que nós temos dentro de nós e nem nos damos conta.
Adotar, um ato de amor. Um ato de humanidade, de caridade e bondade. Minha amiga Paula Leon (instagram @adotarumatodeamor e @paulinhaleonfotografia) criou o projeto sob o título em destaque a fim de registrar pessoas que adotaram bichinhos como parte da família e a contar suas histórias, de forma a incentivar as outras pessoas a adotarem animais também. Adote! Desabandone! Eu garanto, vale a pena para a vida inteira!
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