domingo, 6 de janeiro de 2008

Cooper

O relógio marca seis horas e meia da tarde. Ela desce as escadas, ajusta mais uma vez o prendedor para se certificar que os cabelos se manterão ali presos. Hoje o sol já não está tão forte, e há até uma leve brisa passando pela grama que não é aparada há tempos. Ela começa a preparar os músculos, esticando-se como se fosse tocar o céu. E inicia sua jornada.
Primeiramente começa seu percurso a curtos e ligeiros passos, para poder respirar e observar o mundo. Naquele horário sempre há simpáticos velhinhos para desejar-lhe uma boa tarde, e também pessoas daquela pequena região que estão retornando do trabalho para casa, ansiosas para poderem ter seu restinho de dia para descansar. O céu na maioria das vezes está limpo, e sempre há algumas nuvens que podem ter infinitas formas que ela mesma cria em mente. Suas cores são diversas com o azul misturando-se ao vermelho e amarelo do sol poente. Quando seu percurso ganha a primeira volta, ela começa a correr.
Não importa agora se a julgam, se ela não está com a aparência das mais agradáveis, se ela tem problemas, se ela tem defeitos. Ali nada importa. Só há agora o foco da continuidade. Ela toca o chão com os pés com uma força maior, para poder ser mais rápida. Só há mais chão pela frente, até aonde ele a levar. A respiração já está ao ponto ofegante, a roupa começa a ficar molhada e as gotas de esforço lhe escorrem pela face, pelas costas e pelo busto, o coração já ameça saltar para fora...Mas ela não vai parar...Não vai desistir...Ali é o momento em que ela se sente mais viva, que ela sente a vida se manifestando dentro dela, e também fora, onde a brisa procura aliviar um pouco o calor que se espalha por cada ponto de seu ser...E ela não quer parar...Porque sabe que no fim terá respostas e resultados para todos os pensamentos que foram organizados e para tudo o que ela deseja alcançar.
Já é tarde. Ela se encosta na parede, desce até o chão, sem forças. A garrafa de água se encontra completamente vazia, e seu corpo está esgotado, está latejante, e seu coração quase que tem um som contínuo de tão veloz que salta. E ela se sente maravilhosa. Vida!
Levanta-se, estica-se novamente, alongando todos os seus membros utilizados nesta pequena jornada. Volta para casa, a fim de tomar um banho fresco e delicioso, para ter a firmeza e a certeza de terminar bem o seu dia, antes de deitar-se e deixar que o corpo exausto tenha uma noite de renovação, antes de começar de novo amanhã, uma nova batalha.

3 comentários:

Marinho disse...

Que narrativa deliciosa, precisa e rica!
voc~e poderia escrever um livro, ein?
seria um dos primeiros na noite de autógrafo!
Respondendo o que você perguntou no meu blog, escreva atrevette, cambia nesses servidores de vídeo e vai aparecer esse.
beijos e uma ótima semana!

Caio Lumazzini disse...

O hoje é como o ontem: se perde no amanhã e sua perspectiva.

Me diz como faço pra colocar vídeos do youtube no blog.
Vai, vai!

Anônimo disse...

Vida saindo pelos poros nesse texto. Adorei. ^^
Beijão!