sexta-feira, 9 de março de 2012

Síndrome vasovagal


Estamos em 2009.
Estou no aeroporto esperando a Nana chegar. Sinto-me bem, acabei de jantar, meu corpo está sadio, tudo ótimo, exceto pela ansiedade da chegada da minha querida irmã. Olho para a tela com os horários e as informações dos voos e de repente começo a ouvir um zumbido. Minha cabeça rapidamente pesa, os sons desaparecem, e aos poucos a visão escurece. Certa de que há cadeiras atrás de mim, procuro-as para sentar antes que eu desfaleça. Sento ao lado de uma mulher antes que a minha visão escureça completamente e digo "Ei, eu estou passando mal, preciso de ajuda" e sou completamente ignorada. Após sentar e tudo escurecer, aos poucos o corpo ganha resistência novamente. Espero pela recuperação e vou procurar ajuda. Ninguém sabia o que acontecera.
No mesmo ano, me lembro em alguma aula bem dinâmica na faculdade. Estávamos todos de pé e mãos dadas formando um círculo. Eu acabara de comer novamente, e de repente as mesmas sensações voltaram ao meu corpo, que amoleceu e me fez cair para trás. Por sorte, havia uma cadeira para me segurar, e logo mais colegas que puderam me dar socorro. Na época procurei por otorrinolaringologista, pensando que podia ser labirintite devido às tonturas que eu sentia durante e após a síncope. Nada feito, pois as tonturas não me faziam ver o mundo girar, e sim a sensação de que o mundo tivesse continuando sem mim.
As próximas crises ocorreram em 2011, mas com mais força. Lá estava eu num churrasco, após dançar por quatro horas ininterruptas num dia de sábado. Comi horrores, e enquanto degustava de alguns goles de cerveja e tinha conversas tranquilas e amigáveis, novamente voltaram os sintomas. Tontura, cabeça vazia, náusea, zumbido, surdez, visão escurecida, sudorese fria... "Mãe! Estou passando m..." e lá se vai eu caindo sentada por cima das minhas próprias pernas. Durou alguns segundos apenas, logo abri meus olhos novamente com pessoas me segurando e colocando minha cabeça pelas pernas. A reação imediata são choros e soluços. Que diabos...?
Após algumas outras crises que não chegaram à síncope, mas à tonturas constantes e todos esses sintomas, resolvi novamente procurar ajuda médica. Mas qual especialidade? Bem, como não faço a menor ideia, fui à clínica médica. Fiz vários exames, todos normais. Sangue, coração, pressão. Daí me mandaram fazer um exame louco, chamado "Tilt Test". Um exame que realmente provoca um tilt no seu sistema, faz você desmaiar. Você é disposto em uma maca que te levanta até você ficar em uma inclinação de 70 graus. É como se você tivesse em pé mas bem inclinado para trás. Você precisa estar em jejum, e fica nessa posição por 40 minutos. Aqueles sintomas malucos apareceram durante todo o exame, e aos exatos 38 minutos só sei que apaguei e já acordei deitada novamente, chorando e soluçando. Me disseram que o teste deu positivo para a síndrome vasovagal:

"De repente, a visão escurece ou surge a tontura. Rapidamente, a pessoa procura um lugar para sentar-se, justificando: “Foi uma queda de pressão”. Ela não deixa de estar certa, porque pode não passar de uma mera baixa da pressão arterial. O sinal, porém, exige atenção: é um indício de uma doença silenciosa, chamada síndrome vasovagal (SVV). O mal provoca a perda súbita da consciência, repetidamente, associada à impossibilidade de permanecer em pé ou de levantar-se. Os distúrbios do sistema nervoso autônomo, responsável pelo controle da pressão arterial e do batimento cardíaco, que podem levar à hipotensão, intolerância ortostática (incapacidade de ficar de pé) e, por último, à síncope.
O comando desse sistema é feito pelo hipotálamo, no cérebro. Quando a glândula não funciona bem, causa um desequilíbrio no sistema nervoso autônomo, que se reflete no coração. “O nervo vago tem terminações no coração e, quando a glândula entra em mau funcionamento, ocorre um aumento da função vagal, com dilatação das veias, queda da pressão e dos batimentos cardíacos. É isso que faz o paciente passar mal, desmaiar”
(...) intervalos longos entre as refeições e má alimentação são os principais fatores para desencadear a SVV. “O hipotálamo é muito sensível à falta de alguns sais importantes para o seu equilíbrio”, esclarece. “Por isso, a importância de se alimentar corretamente e, principalmente, de tomar água, que ajuda nas reações químicas do organismo”
(...)
Embora a síndrome vasovagal não coloque o paciente em risco de vida, ela pode ser incapacitante. Desmaios repentinos podem comprometer a qualidade de vida das pessoas: imagine os traumas causados por quedas insistentes e por episódios em situações extremamente delicadas"
(Fonte)

Embora seja algo que não tenha cura, o tratamento constante com uma alimentação regrada de preferência de três em três horas para garantir que o organismo tenha sempre uma reserva de energia e sais minerais, bastante água (pessoas que possuem a SVV precisam beber mais água do que o normal para evitar o desequilíbrio do organismo) e atividade física para ajudar a fortalecer o corpo, é suficiente para que se possa viver no dia a dia.
Hoje ainda tenho crises, elas podem ser desencadeadas por dor, estresse, calor ou frio, qualquer condição que te tire do seu equilíbrio normal, mas com certeza elas foram bastante amenizadas com essa vigilância constante de saúde. Portanto, não se assustem caso me vejam ficando pálida e desfalecendo...! Só espere que a crise passe, a recuperação é rápida, embora algumas vezes ainda sinta tonturas até o dia seguinte.

É realmente uma coisa curiosa esse problema. É como se o corpo não quisesse mais viver, como se ele tentasse realizar uma fuga inconsciente deste mundo. Eu não tinha isso antes, apesar de que a pressão sempre foi um pouco baixa. Estranho como na medida em que passam os anos, nosso corpo fica mais fraco e exige mais cuidado. Sério! Portanto, cuidem de sua saúde, é muito ruim quando nos sentimos debilitados para realizar as atividades cotidianas. Comer bem, beber bastante água, fazer no mínimo meia hora diária de atividade física, são hábitos que a gente PODE ter no dia a dia para evitar uma porção de problemas no futuro.

Porque ninguém gosta de se sentir impotente diante da beleza de viver!

6 comentários:

Deise Daros disse...

Nossa, eu nunca tinha ouvido falar disso... Muito interessante, ja vi algumas pessoas desmaiando, e sempre dizem que e por causa da pressao...
Que bom que vc descobriu, assim pode tratar bem do seu corpo!
Se cuide, heim menina?
Um beijaoo

Yasmin disse...

Haha que bom que gostou da resenha! *-* O livro é incrível mesmo, pode ler que você vai gostar u_u E obrigada pelos parabéns! :]

E nhaan que fofura os gatinhos *o* Quero ver fotos sim! E é verdade, alguns gatos são mais arredios mesmo pela pouca convivência com humanos, mas depois se acostumam mais, é só mostrar que ele pode confiar =) E que bom que ele e Axl (eury com o nome uhahua) ficaram amigos! Gatinhos amigos brincando são a coisa mais fofa, mas às vezes acabam se estrepando mesmo, os dentes e as garrinhas estão como agulhinhas e eles ainda não sabem usar direito >-< Mas também ainda não têm muita força quando usam, então não foi nada grave mesmo com o Thor. E que fofa a Dana cuidando do Thor! Meu pai também tem uma cachorrinha que o gatinho preto da casa dele ficou mamando nela haha, mó fofura. E o Axl vai acabar acostumando com ela, você vai ver! Filhotes são ainda muito medrosos mesmo hihi :)

Bisous!

Yasmin disse...

E ó, já ia saindo sem comentar seu post... Poxa, deve ser muito chata essa síndrome... Mas como você disse, é importante cuidar direitinho do que dá pra cuidar, pra prevenir ou pra não deixar ela tomar conta... O bom é que o diagnóstico foi feito cedo, então dá pra você ter mais controle, se adaptar e saber o que é bom de ser feito e tal... Mas está certa, nada disso pode tirar da gente a vontade de viver, e tendo isso, providenciar o resto já fica muuito mais fácil =)

Professora Barreto disse...

oi eu tb sou portadora da doença svv e sofrir durante dois anoas da minha vida pq não conseguia o diagnostico correto mas hj graças a Deus tenho uma vida normal faz um ano qque não desmaio, para mim isso é uma vitoria pq cheguei ate desmaiar cinco vezes em um dia, ja tenho uma tolerancia boa em relação aficar em pé ja consiguir ficar ate 30mim em pe e parada sem me sentir mal! Hoje posso dizer que sou feliz!

Nathália Rubim Venancio disse...

Boa tarde!
Através de uma pesquisa no google encontrei essa postagem.
Meu marido também recebeu o diagnóstico de SVV. Ainda tenho muitos medos e busco outras pessoas para trocar informações.

Se puder, me resposda!

Grata,

Luiza Callafange disse...

Oi Nathália! Me mande um e-mail :) naruiza@gmail.com