sexta-feira, 12 de julho de 2013

50 Tons de Christian


Depois de esperar a poeira baixar desde que o livro "50 Tons de Cinza" estourou nas livrarias e internet, resolvi preparar uma postagem crítica sobre a trilogia inteira - visto que as resenhas e as críticas negativas são de pessoas que leram apenas o primeiro livro ou nem chegaram a terminá-lo. Bom, vamos lá, você já ouviu falar dessa história onde um CEO multimilionário, lindo e poderoso se apaixona por uma estudante de Língua Inglesa (ela se forma no primeiro livro), uma pessoa comum, batalhadora, que divide o apartamento com uma amiga e trabalha em uma loja de materiais de construção. Anastasia Steele a meu ver é uma personagem simples, porém cheia de valores. Eu me identifiquei com ela ao longo do livro, somos estabanadas, bobinhas e estamos sempre com a cabeça a mil, cheia de pensamentos aleatórios e infinitos particulares.
Christian Grey, empresário influente, exala beleza por onde passa e coloca qualquer hormônio em fúria. Ele conhece Ana por acaso, quando sua colega de quarto, Katherine Kavanagh, não pôde entrevistá-lo e pede para a amiga ir em seu lugar. Ela já conquista o garanhão de primeira, e de um jeito bem romântico: caindo de forma estabanada sobre a sua porta de escritório (bem típico eu!). A história dos dois começa a se desenrolar por aí, porém Christian guarda um mistério quanto a forma de se relacionar com as pessoas: por contrato, e não um contrato qualquer, mas sim um onde ele é um Dominador e ela uma Submissa, de todas as formas que você puder imaginar, principalmente ligadas à relação sexual: ele tem o que quiser e em troca promete tratá-la bem e mimá-la com cuidados pessoais, de saúde, de beleza e de presentes caríssimos (Blackberries, Macs, carros caros que eu nunca lembro o nome - Audis da vida). Ele faz a proposta para ela, que a princípio é absurda (quem vai querer um relacionamento desses, afinal?). Há tentativas, mas com Ana as coisas são diferentes: assim como ela, ele também tem as suas primeiras vezes e se vê completamente apaixonado.

O primeiro livro gira em torno dessa parte mais carnal, voltada ao contrato, a essa necessidade que Christian possui de ter controle das coisas e das pessoas. A princípio você pensa "Que cara chato, arrogante, mandão!" e fica agoniada pelos termos que ele coloca para viver uma relação a dois, com domínio total sobre Ana. Não vou entrar na parte mais detalhada, o apelo sexual é enorme, envolvente e em minha opinião, muito subjetivo - porém envolvente e interessante. Não nego que mexeu comigo como pessoa e como mulher, me deu ideias e vontades, trouxe criatividade e até mesmo um toque de sensualidade ao meu relacionamento - o que aconteceu com a maioria das mulheres que leram o livro e por isso ele é tão envolvente.


Depois a história se desenrola melhor, e você descobre que na verdade Christian tem as suas limitações e é cheio de traumas e histórias, adotado e filho de uma prostituta viciada em drogas, que sofria todo tipo de violência quando criança e por isso não suporta ser tocado por ninguém. Sua forma de se envolver com as mulheres sob esse contrato é apenas desculpa para que ele não precise se envolver das maneiras que desconhece, sentimentalmente e psicologicamente. Mas Ana mexe com tudo isso, ela não quer ser uma Submissa, não quer saber das mulheres que ele já teve e o faz repensar tudo o que ele tinha construído até então exceto seus negócios, deixando-o para trás.


O segundo livro pra mim é um dos melhores, porque depois das cenas exaustivas e longas de sexo que realmente são grandes no primeiro livro (o que de certa forma foi o que mais impactou para os leitores - até mesmo para mim, tá?), "Cinquenta Tons Mais Escuros" procura trazer os porquês da história, qual é o passado de Christian Grey e por quê isso influencia na maneira como ele lida com as mulheres. Isso tudo acontece paralelamente com outros acontecimentos, onde a história ganha um cunho policial: uma ex Submissa aparece desesperada por Christian, o chefe de onde Ana foi estagiar deu em cima dela de uma forma abusiva e desrespeitosa (Jack Ride é um cara repulsivo e repugnante!), e é expulso da empresa. Enquanto isso, Christian propõe a Ana morarem juntos e coloca guarda-costas atrás dela a fim de protegê-la contra os possíveis stalkers da história. Não vou ficar contanto muitos spoilers, acho que quem se interessar deve pegar o livro e ler com calma, eu sou uma pessoa que me atém muito a detalhes e acho que apesar de algumas coisas ficarem no ar, muitas se inferem na parte romântica do casal. Eu gostei bastante, o segundo livro pra mim foi mais esclarecedor em relação ao primeiro, e claro, termina com a previsível proposta de casamento.

"Cinquenta Tons de Liberdade" dá seguimento à história, trazendo cenas alternadas do casamento e da lua de mel, da vida de casados, da construção do lar do casal, dos futuros filhos, de um possível feliz para sempre. Muitas coisas acontecerão, vinganças, discussões, mudanças. Muita previsibilidade, e claro, sempre, muita paixão. Uma paixão avassaladora, uma possessão eterna, um amor sincero. Bem, eu gostei, a trilogia tem seus exageros, mas tem as suas nuances gostosas. Recomendo sim, essa história nos impacta, nos balança e nos seduz. Sejam os e-mails engraçados que ambos trocam o tempo todo, sejam as trilhas sonoras encantadoras de Christian, com ele colocando seu coração no piano ou colocando música diretamente nos ouvidos de Anastasia. E no finalzinho ainda tem uns extras contando a história do bonitão adolescente e o primeiro encontro dos dois novamente, só que todo relatado a partir da visão de Grey. Adorei, e confesso, chorei. Agora é só esperar o filme e ver se ele será capaz de superar as expectativas dos leitores!

"Meu mundo era organizado, calmo e controlado. Aí você entrou na minha vida, com essa sua boca afiada, a sua inocência, a sua beleza e a sua coragem discreta... e todo o resto, tudo antes de você simplesmente ficou bobo, vazio, medíocre... nada. Eu me apaixonei - sussura ele."


"O fato é que eu amo esse homem, e preciso traçar uma rota para nós dois. Uma rota que me permita manter a minha integridade e independência, mas ao mesmo tempo ser mais pra ele. Eu sou o seu mais, e ele é o meu."

Imagens: http://fiftyshadesmovie.org/artwork/ e http://trilogiacinquentatonsdecinza.blogspot.com.br/p/art-by-victoria.html

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